Pequeno povoado fortificado, localizado num cabeço em esporão sobre a ribeira da Ervedosa, na extremidade sudeste do Serro de Penhas Juntas. Aufere de boas condições defensivas naturais, com pendentes acentuadas em todos os quadrantes exceto a norte, onde se situa o colo de acesso. A posição encaixada no fundo do vale confere-lhe uma limitada visibilidade em redor, mas controla uma importante portela natural.
As referências à existência de um campo de pedras fincadas neste povoado parecem dever-se a uma errada interpretação por parte do Abade de Baçal dos escritos de Albino Lopo, que refere claramente um campo de pedras fincadas no Alto do Serro, ou seja, no povoado do Castelo dos Mouros. O sistema defensivo deste povoado do Múrio desenha-se no quadrante norte, no acesso e é composto por um fosso, sobranceiro ao qual se encontra um torreão do qual arranca a linha de muralha, que forma um recinto aproximadamente circular.
É possível que todo o sistema defensivo seja antecedido por um parapeito, mas os arroteamentos feitos no exterior do povoado não permitem a interpretação dos vestígios. Há notícia do aparecimento de cerâmicas da Idade do Ferro, mas não se registam vestígios de romanização.
