Povoado fortificado de grandes dimensões, situado na margem esquerda da ribeira da Ferradosa. Ocupa o topo de um cabeço aplanado, de vertentes bastante suaves e acessíveis, excepto a poente, onde enfrenta a ribeira, e parcialmente a norte. Quase todo o cabeço é intensamente agricultado, exceto alguns talhões, e nestas duas vertentes, onde precisamente se encontram os únicos vestígios evidentes de fortificações.
Na vertente norte, é evidente uma linha de muralha a meia encosta, no rebordo superior do cabeço e outro troço evidente na encosta oeste. São assim pelo menos duas as linhas de muralha deste povoado. As suas faces não são visíveis, sendo detectadas pelos taludes formados pelos derrubes. Nas restantes encostas, as de acesso mais facilitado, não são claramente visíveis quaisquer muralhas, o que poderá dever-se à acção da agricultura e ao facto de a zona onde presumivelmente existiriam estar coberta de mato.
O recinto interno é uma vasta plataforma plana. Os materiais de superfície distribuem-se por toda a área, com maior concentração no sector noroeste. À exceção de um fragmento perdido de telha de meia cana, todos os materiais se enquadram numa cronologia da Pré-História Recente, provavelmente do Calcolítico e Idade do Bronze. Os materiais registam-se essencialmente nas zonas lavradas mas, embora com alguma abundância, não indicam claramente uma destruição generalizada causada pela agricultura.
Os solos parecem ter, aliás, considerável potência estratigráfica. O material mais abundante é a cerâmica, destacando-se pela ausência a cerâmica decorada. Não se encontrou qualquer elemento de mó manual ou artefactos de pedra polida. Surgem numerosos seixos, inteiros ou fracturados, de quartzito ou quartzo e algumas lascas de quartzito. Apenas se assinala a existência de uma grande lâmina de sílex, sem retoque.
