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Castro dos Mouros
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Castro dos Mouros |
Povoado fortificado de grandes dimensões, localizado num cabeço em esporão sobre a pequena ribeira do Vale de São Miguel, afluente do rio Angueira. O cabeço é pouco pronunciado, tem uma reduzida amplitude visual em redor e fracas condições de defesa natural, pois as vertentes do cabeço são pouco pronunciadas. A defesa é melhorada por estar rodeado por pequenas linhas de água por todos os lados menos a oeste, por onde se faz o acesso natural.
O povoado é cercado por uma única linha de muralha, que forma um grande recinto de forma ovalada, de aproximadamente 160 por 120 metros, com o eixo maior estendendo-se de oeste para este. Este muro ou muralha mantém-se razoavelmente conservado, com a face visível em quase toda a extensão e preserva uma altura entre 2 e 4 metros. Tem uma construção em pedra seca, de pequenas lajes de xisto e blocos de quartzito, que parece resultar da reconstrução de uma anterior muralha, cujo derrube se mantém bem visível. Não se detetaram entradas, mas a vegetação densa impede uma adequada visibilidade em muitos troços. A acumulação sedimentar impede igualmente a perceção da largura da muralha.
O interior do sítio deverá estar bastante bem conservado, pois a diferença de cotas da superfície do solo entre o interior e exterior da muralha oscilará entre os 2 e os 4 metros. O interior do povoado encontra-se ocupado por mato e apresenta bastantes pedras soltas de construção. Uma pequena aglomeração de blocos informes de barro cozido indicia a existência de alguma estrutura. Os materiais de superfície são escassos, mas encontram-se diversos fragmentos muito rolados de cerâmicas que aparentam ser feitas a torno e cujas pastas apontam para uma cronologia da Baixa Idade Média ou princípios da Época Moderna. Mas também se regista outro tipo de cerâmicas, sobretudo no lado norte, que são cerâmicas manuais, geralmente brunidas, possivelmente pré-históricas, talvez da Idade do Bronze. Assim, os dados apontam para a existência de um povoado antigo, pré ou proto-histórico, com o qual se poderá talvez relacionar o primitivo derrube de muralha e que a ser assim apresenta dimensões pouco usuais para esta região.
Na Idade Média ou Época Moderna terá havido uma reocupação do local, com a tosca reconstrução, sobre o derrube, do largo muro que é atualmente visível.