Abrigo rupestre da Solhapa (arte rupestre, Pré-história Recente, Imóvel de Interesse Público) - abrigo situado a cerca de três quilómetros da localidade de Duas Igrejas num ermo granítico, sobranceiro ao rio Douro.
Era utilizado por pastores e na década de 1950 o padre António Maria Mourinho, alertado por um pastor, identificou as insculturas rupestres, distribuídas por três séries de representações dispostas horizontal e verticalmente. Uma das particularidades das gravuras consiste numa representação esquemática de uma figura humana, cuja cabeça, de configuração trapezoidal, termina em pontas semelhantes um par de galhos e as duas linhas gravadas ao nível da bacia, assemelham-se a uma cauda e a um falo ereto, com aparentes paralelos em insculturas de Espanha e França, onde tem sido interpretada como feiticeiro.
No interior da gruta abriga, nas paredes e no próprio solo, regista-se grande diversidade iconográfica: covinhas, traços perpendiculares, semicírculos e barras retilíneas e interligadas, de forma quase labiríntica, a par de um elemento serpentiforme e de figurações humanas. As gravuras são cronologicamente balizáveis entre os finais do Neolítico e o início do Calcolítico/Idade do Bronze.
Classificação IIP - Decreto n.º 28/82, DR, I Série, n.º 47, de 26-02-1982