O Castelo de Travanca localiza-se num cabeço em esporão sobre a confluência de uma pequena ribeira com a ribeira da Travanquinha, na periferia norte da aldeia de Travanca, tendo algumas casas já dentro da área do povoado. Tem uma deficiente implantação estratégica, com uma reduzida amplitude visual em redor e apresenta razoáveis condições defensivas naturais, descaindo em falésia no quadrante norte e tendo vertentes inclinadas sobre as ribeiras nos quadrantes este e oeste. O acesso natural faz-se por sul, onde se localiza a aldeia.
As características do local indiciam um povoado fortificado, mas não há vestígios de muralha, nem memória na população local da sua existência. A parte superior do cabeço é uma acrópole rochosa, com diversas plataformas intermédias onde existe pelo menos uma rocha com arte rupestre. É sobretudo do lado nascente, na encosta virada à ribeira da Travanquinha, que se encontram alguns escassos vestígios arqueológicos, fragmentos de cerâmica comum a torno, de aparência medieval e um fragmento de cerâmica manual, de pasta escura e interior brunido, claramente protohistórico.
Sobre uma rocha, muito perto do rochedo com gravuras, encontram-se dois fragmentos de mós de rodízio de granito, de tipologia romana ou medieval. É de destacar a ausência de claros vestígios de época romana, mas é possível aferir dois períodos distintos de ocupação deste sítio: a Idade do Ferro e a Idade Média.
A ocupação medieval está certamente relacionada com a aldeia de Travanca, cuja igreja é claramente de origem medieval. Na igreja foi também encontrada uma inscrição romana e é provável que neste período a ocupação se tenha deslocado do cabeço do Castelo para a zona baixa onde se implantou a aldeia. Regista-se uma pequena rocha quartzítica com gravuras dentro do povoado do Castelo de Travanca. Situa-se na periferia sudeste do conjunto de rochedos que formam o topo do povoado, incorporada num muro de propriedade, na transição da zona rochosa para um campo lavrado. Tem um painel vertical, voltado a sul, cerca de 1 metro acima do solo. Apresenta essencialmente gravuras tipo "unhadas do diabo", numerosos sulcos verticais, fundos e estreitos, muito vincados, de perfil em V. Na parte superior, apresenta também alguns sulcos verticais mais largos e menos fundos, de perfil em U, que rematam em pequena covinha.
É possível que possa haver outros motivos, assim como outras rochas com gravuras nas imediações.
