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Cruzeiro de Malhadas |
Cruzeiro situado no centro da povoação de Malhadas, onde passava um importante caminho medieval, que ligava Bragança e o ocidente transmontano a Miranda do Douro e o planalto leonês. É classificado como medieval, provavelmente tardio. A rudeza do trabalho no granito e a perda de todos os elementos escultóricos exentos e que se deveriam integrar nos pequenos nichos da estrutura, não permitem uma classificação mais precisa.
Não é contudo de excluir que possa tratar-se de uma realização já de época moderna, eventualmente associada à renovação da igreja matriz, que ocorreu no seculo XVI. A estrutura do cruzeiro é muito simples, limitando-se praticamente ao essencial. A base é troncocónica, de ligeira moldura inferior saliente, decorada numa das faces por pequena cruz inscrita, de terminações patadas e com quatro minúsculas circunferências de esgrafitos a ladeá-la.
Nas faces laterais existem duas figuras, de difícil interpretação mas uma delas parece representar um touro. Também se refere a possível representação dos Evangelistas, presumivelmente nunca concluída ou continuada nas partes superiores, entretanto perdidas. Integra um fuste relativamente curto, delimitado superiormente por uma imposta em forma de capitel e antecedida por uma irregular inscrição com a data de 1850, muito posterior à fundação do monumento e a cruz. Esta é facetada e possui braços e cabeceira do mesmo tamanho, o que aponta para uma forma em cruz grega. Esta zona do cruzeiro poderia ser decorada nas duas faces, mas uma delas apresenta quatro encavos que correspondem ao lugar de peças de escultura desaparecidas.