Nas proximidades das Termas da Terronha, na margem direita do rio Angueira, na área onde se encontram as ruínas do Moinho da Tigela e das construções anexas, encontramos este local que coincide com a zona onde as águas sulforosas emergiam, atraindo para aqui muitas pessoas que procuravam tratar as suas maleitas.
As ruínas de vários moinhos podem apontar para aqui ter existido há alguns séculos um conjunto habitacional de moleiros, que teriam como outra atividade a hospedagem de doentes que procuravam os poderes curativos destas águas. Aliás, os furos artesianos que servem as Termas ficam localizados nesta zona, o que vem corroborar a relevância e história deste local.
Ao longo das paredes verticais naturais que neste ponto delimitam as margens do rio, encontram-se, pelo menos 6 painéis gravados, havendo ainda um sétimo painel num bloco separado.
Bloco do lado direito: Santa Bárbara; Santo António; Santa ou Virgem.
Bloco central: Imagem de Ofertor com tabuleiro à cabeça no topo uma pomba (tipo tabuleiros da Festa do Espírito Santo); duas pombas, separadas entre si.
Bloco esquerdo: Duas formas humanas ajoelhadas em oração, e um outro conjunto, que talvez seja uma sereia? De formas mais toscas com certeza de artesão menos artista.
No bloco direito encontra-se ainda inscrita os seguintes caracteres e datas, baixo: “nNA 1762”; no topo “1872”.
O painel mais importante encontra-se dentro do próprio moinho, onde este se encostava às fragas. Os painéis apresentam grande abundância de gravuras, com temática religiosa cristã, numerosas cruzes e figuras humanas, entre outros motivos.
Destaca-se no painel principal, um conjunto de baixos-relevos, representando figuras de santos. O conjunto apresenta uma apreciável qualidade técnica e estética. São visíveis algumas datas gravadas, dos séculos XVII e XVIII.
