A importância estratégica da vasta área em torno de Vinhais foi rapidamente reconhecida ao tempo do processo de formação e consolidação das fronteiras do reinado português, nomeadamente por ação de D. Sancho II, a quem se deverá a elevação do povoado a “Vila”, seguramente para garantir a sua defesa através da concentração de um maior número de habitantes. Uma iniciativa reiterada com a obtenção de foral, dessa feita por ordem de D. Afonso III, em 1253. D. Manuel I concedeu novo documento, decorria o ano de 1512, depois de um período assaz conturbado, quando a população recusou (ainda que temporariamente) reconhecer a legitimidade de D. João I no trono nacional.
É justamente ao período manuelino que remonta a edificação do pelourinho que, até à sua destruição em finais do século XIX, se erguia nas proximidades da casa da câmara e da cadeia. Assim, o exemplar atual resulta de um restauro com reutilização do remate, de indiscutível interesse plástico e iconográfico.
Construído em granito, é sobre soco hexagonal de cinco degraus que repousa a base prismática da qual arranca o fuste liso da coluna, de igual configuração, despojado, porém, de capitel.
No topo sobressai, no entanto, o volumoso bloco profusamente lavrado com motivos manuelinos (escudo nacional, duas mãos, dois pés e duas maças), envolvido por “corrente” (também ela inscrita na gramática decorativa manuelina) e coroado por quatro braços culminados em cabeça de serpente com argola na boca e ladeada de florões, suportando base troncocónica ostentando esfera armilar pétrea que, na origem, terminaria na característica cruz de Cristo. Esta descrição é sugerida pela aguarela, datada de 1937, do ilustrador Alberto de Sousa.
Classificação IIP - Decreto n.º 23 122, DG, I Série, n.º 231, de 11-10-1933