Elementos | |
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Cruzeiros de Póvoa Póvoa, Miranda do Douro |
Os cruzeiros são encarados como a marca mais autêntica da doutrina e lembram o calvário, ato fundamental da redenção. A cruz constitui o ícone máximo da simbologia cristã.
As funções dos cruzeiros são diversas. Alguns constituem-se em marcos para assinalar caminhos, sobretudo os caminhos de peregrinação, como pontos de orientação para os viajantes. Outros situam-se no adro da igreja da povoação, como sentinela em vigília sobre os comportamentos. Há cruzeiros implantados nos campos como sinal de bênção para as colheitas, onde se ia em procissão de rogo e ladainha. No cimo do monte o cruzeiro provavelmente pretende cristianizar um espaço outrora associado a um culto pagão.
Há cruzeiros com o propósito de ligar espiritualmente um pequeno grupo de casais ao povoado mãe, com a igreja matriz e o campo santo.
São diversos os conjuntos de cruzes e de nichos que definem percursos coerentes, compondo os passos de uma via sacra. Cada passo marcado por inscrição corresponde a uma estação. Os sete ou catorze passos partiam da igreja matriz e percorriam o povoado até uma colina vizinha onde três cruzes assinalavam o local da liturgia da semana santa.
As cruzes de homem morto, também designadas simplesmente cruz ou cruzinha são frequentemente executadas em pedra local, em ferro forjado ou madeira.
Em Póvoa são vários os exemplares deste "monumento" que terão tido na sua origem muitas das funções reveladas no texto.
Póvoa, Miranda do Douro