Povoado fortificado de pequenas dimensões, localizado num cabeço em esporão sobre a confluência da ribeira de Moinhos com o rio Douro. O cabeço tem vertentes escarpadas e muito rochosas em todos os quadrantes, exceto a oeste, onde se situa o colo de acesso. Dispõe de uma excelente implantação estratégica sobre as arribas do Douro. A muralha parece ter sido construída apenas sobre o acesso, sendo facilmente detetável devido ao alto talude e alguns derrubes. No topo, existem vestígios de um torreão, mal conservado, à semelhança da muralha.
O interior do povoado divide-se em diversas plataformas e abrigos entre rochedos. Há numerosas pedras de construção dispersas e muitas acumuladas em moroiços, indicando que o interior do sítio já foi agricultado. Os materiais de superfície não são abundantes e indicam dois momentos de ocupação distintos: a Idade do Ferro (representada pela maioria das cerâmicas) e a Idade Média (da qual se detetou pelo menos um fragmento de cerâmica cinzenta). Também se encontram diversos fragmentos de mós de rodízio.
Não se registam vestígios de romanização, sendo o sítio eventualmente abandonado neste período, em prol dos vizinhos habitats do Picão das Bouças e de Casarelhos/Meixide, localizados escassas centenas de metros a norte. Na periferia nordeste do povoado, numa rocha sobre a escarpa, existe uma estrutura escavada na rocha, de funcionalidade desconhecida. Poderá tratar-se de uma simples pia ou de um esboço de uma sepultura escavada na rocha, aparentemente inacabada.
