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Cabeço da Cocolha Angueira, Vimioso |
Povoado fortificado de grandes dimensões, localizado no topo de um grande cabeço arredondado, na margem direita do rio Angueira. Dispõe de uma boa implantação estratégica, dominando visualmente um amplo troço do planalto. As condições de defesa natural não são as mais notáveis, pois o cabeço tem vertentes bastante suaves exceto a oeste, voltado ao rio. O acesso natural faz-se pela vertente nordeste.
O povoado apresenta duas linhas de muralha, bastante separadas entre si. Estas são os únicos elementos do povoado que se apresentam razoavelmente preservados, pois não foram muito afetados pelas lavras para plantação de castanheiros, que afetaram profundamente a estratigrafia do local. Observam-se grandes quantidades de cerâmica, incluindo poucos fragmentos de cerâmica manual da Idade do Ferro, abundante tegulae e cerâmica comum romana e alguns fragmentos de cerâmica que apontam para uma cronologia alto-medieval.
Há referências à existência de um sarcófago de granito junto à primeira linha de muralha, do lado este. Refere-se também o aparecimento de pelo menos três estelas funerárias romanas. Uma estela em xisto encontra-se depositada no Museu Nacional de Arqueologia, tendo por inscrição:
AMITA TI / MOTHEI / AN XXX
As outras duas estelas em mármore são anepígrafas e estão depositadas no Museu da Terra de Miranda. É possível que estas estelas provenham do sítio da Araúja, no sopé nordeste do povoado, onde apareceu uma outra estela funerária. O local deverá ter funcionado como necrópole do referido sítio da Araúja. Há referências ainda a outros achados, como moedas, anéis, uma possível agulha em ouro, duas fíbulas de bronze, entre outros.
Angueira, Vimioso