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Casarelhos Espinhosela, Bragança |
Na área compreendida entre o pequeno cabeço designado de Casarelhos e o local onde se implantam as ruínas da Senhora da Hera, desenvolveu-se um povoado na época romana que se manteve estável até ao século XVI, altura em que foi abandonado. O sítio é um lombeiro sobranceiro a duas pequenas linhas de água da zona terminal do planalto de Espinhosela. Esta área é caracterizada por bons solos agrícolas e abundantes em água.
O estabelecimento deste habitat deve ter-se processado de forma gradual, podendo ter a sua origem num pequeno núcleo fortificado, situado alguns metros a norte, onde atualmente se deteta um talude, que poderá ter correspondido a uma linha de muralha. Este talude circunda uma plataforma de pequena dimensão, que poderá ter correspondido a um pequeno povoado da Idade do Ferro ou a uma fortificação da Alta Idade Média. Para sul desta pequena elevação, no sentido das ruínas do templo da Senhora da Hera, registam-se alguns fragmentos cerâmicos cujas pastas e tipologias se inserem no período romano. Da pequena igreja, de cronologia medieval, restam apenas a fachada principal e alguns alicerces estruturantes da única nave que o edifício possuía.
Entre os seus escombros foram descobertas duas aras. A primeira encontra-se desaparecida continha a inscrição BANDV / E CORN / ELIVS O / CVLAT / VS V S L M. A segunda, redescoberta por Francisco Manuel Alves em 1928 na cozinha da casa de um agricultor de Cova da Lua, possui como dimensões 25x16x10 e a inscrição [FL] ACC / VS. VI / BON[I] / S L V / V.
Do mesmo sítio serão também provenientes duas estelas funerárias, atualmente desaparecidas, com as inscrições FLAVIO BEDVN / O. AN(norum) / LXX
PROCVLO / SILONIS (filio) / AN(norum) LVIII
Espinhosela, Bragança