Castelo de Mogadouro
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Castelo de Mogadouro |
São ainda muito discutidas as origens do Castelo de Mogadouro, mas escavações de emergência recentes realizadas junto da atual igreja matriz, revelaram um nível ocupacional da época romana, que pode eventualmente, suceder a um primitivo núcleo proto-histórico, embora sem contextos conservados que o atestem. A existência do castelo encontra-se comprovada já 1145, quando foi doado aos Templários por Mendo Rufino (ou Bofino) de Bragança, ao tempo tenens da Terra de Bragança, circunscrição na qual a localidade estava inserida, juntamente com a fortaleza de Penas Róias. Esta doação não pode ser dissociada de um qualquer reduto militar aí existente, argumento que aponta para uma primitiva edificação das primeiras décadas do século XII.
A presumível simplicidade dessa estrutura levou a que a Ordem do Templo realizasse uma reforma integral da fortaleza, atualizando-a segundo a linguagem da arquitetura militar da época. É desta forma que se explica também a construção do castelo românico de Mogadouro, do qual se conserva apenas parcialmente a torre de menagem. O conjunto de Mogadouro foi muito adulterado nos séculos posteriores e não é possível reconstituir o seu traçado original, mas não se deveria diferenciar muito do de Penas Róias, cuja reforma templária é atestada por uma epígrafe datada de 1172. Assim, seria uma fortaleza com torre de menagem isolada no centro do recinto muralhado, sendo este, por sua vez, defendido por torres quadrangulares.
Em 1197, no contexto de um amplo processo de reconhecimento da autoridade real nesta região, a Ordem do Templo trocou com D. Sancho I os castelos de Mogadouro e de Penas Róias. Contudo, algumas décadas depois a vila é novamente mencionada como pertença daquela Ordem.
Ao longo do século XIII, a localidade foi agraciada com dois forais régios, de1272 e 1273, ambos emitidos por D. Afonso III e, em 1319, transitou para a Ordem de Cristo.
Como comenda da Ordem de Cristo, o castelo foi adaptado a residência dos comendadores, facto que implicou grandes transformações na estrutura original. Desta forma, durante os séculos XIV e XV, foram vários os edifícios construídos no interior, em especial durante o governo dos Távoras, correspondente primeira metade do século XV. É essa residência que Duarte d'Armas desenhou, composta por três corpos principais, dispostos perpendicularmente e construídos em altura de dois pisos. Para além disso, as antigas dependências trecentistas foram utilizadas como estrebarias, facto que levou a que praticamente todo o pátio interior fosse ocupado por uma densa malha de construções, que chegaram a englobar a torre de menagem.
O castelo desenhado por Duarte d'Armas incluía apenas três torres, a torre de menagem e duas outras torres adossadas às muralhas, uma pentagonal e outra quadrangular. Para além disso, o reduto dispunha de uma barbacã mais baixa, que o rodeava integralmente e ao qual se associava um espaço livre, pequeno reduto onde se conservavam coelhos.
A destruição de todo este complexo, que no século XVIII ainda era designado por “palácio, a que chamam castelo" desenrolou-se ao longo da época moderna e acentuou-se nos últimos séculos, conservando-se apenas uma, com a torre de menagem e parte das antigas muralhas.
Classificação: Monumento Nacional (MN) - Decreto n.º 35 443, DG, I Série, n.º 1, de 2-01-1946; ZEP - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 29, de 4-02-1966