Solar dos Pimentéis é considerado uma das maiores residências nobres trasmontanas, o antigo solar da família Pimentel é uma construção que remonta, muito possivelmente, à segunda metade do século XVIII, inscrevendo-se na tipologia mais comum da arquitetura solarenga setecentista, mas denunciando, nos elementos decorativos e recortes das molduras dos vãos, uma linguagem rococó.
De planta retangular, a casa pauta-se por um desenvolvimento horizontal, ainda que equilibrado pelos eixos verticais formados pelas pilastras dos cunhais, coroadas por pináculos, pelas pilastras de capitéis coríntios que dividem a fachada em três corpos e pela articulação porta-janela que se observa ao centro de cada um dos panos do alçado principal. Estas composições parecem “substituir” as pilastras, pois respeitam uma configuração idêntica na sua ligação à cornija. As portas do piso térreo, tal como todos os restantes vãos, apresentam verga em arco abatido, mas prolongam-se pela janela de sacada superior, que termina num frontão de lanços. São ladeadas por duas janelas, de avental e remate recortado, em cada piso.
O ritmo da fachada converge no corpo central, mais estreito e sem janelas, com o portal a destacar-se pelas pilastras oblíquas que o flanqueiam e pelo frontão superior, de maiores dimensões.
Este pano é prolongado por uma mansarda, aberta por duas janelas, entre as quais se exibe o brasão dos Pimentéis, com uma coroa por timbre. A implantação isolada do imóvel, mas no centro da povoação, marca urbanisticamente toda esta zona. Simultaneamente a imponência da sua fachada reflete a imagem de poder e prestígio social que os seus proprietários pretendiam transmitir. Os alçados laterais exibem um único piso, com janelas idênticas às da fachada principal, registando-se alterações apenas nos elementos decorativos, a enquadrar a sacada e no posterior destaca-se a escadaria de granito de acesso ao alpendre.
Classificação IIP - Decreto n.º 2/96, DR, I Série-B, n.º 56, de 6-03-1996