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Rua da Costanilha Rua da Costanilha, Miranda do Douro |
O aglomerado de Miranda do Douro caracteriza-se por uma ocupação diferenciada, que distingue o seu núcleo primitivo, sem prejuízo de outras ocupações anteriores reconhecidas, como o povoado romano da Coroa.
O núcleo primitivo evidencia-se pelo envolvimento das muralhas, pela malha articulada de ocupação em banda, formando quarteirões e pelo equilíbrio de volumes e linguagens, que conferem à singularidade dos edifícios uma homogeneidade de conjunto, num cuidado estado de conservação.
Este núcleo concentra um notável conjunto de edifícios de valor arquitetónico, abrangendo diferentes períodos estilísticos, sendo notável a rua de Costanilha pela concentração de edifícios quinhentistas, com interessantes janelas manuelinas e renascentistas e algumas de canto geminadas com mainel, beirados saveiros até quatro níveis e frisos em cal. De realçar também a existência de cachorros báquicos e eróticos com modelações anatómicas ressumando o satírico intento do grotesco e obsceno.
A Porta de Nossa Senhora do Amparo com os seus cobelos decapitados dá acesso a esta via quinhentista que se prolonga até ao Largo de D. João III, onde está instalado o Museu da Terra de Miranda e o monumento aos Mirandeses. Nas travessas e ruas, que à Costanilha afluem, existem várias construções interessantes de origem Manuelina e românica, salientando-se uma casa que forma esquina da Costanilha para a rua de Abade de Baçal, com dois pisos e em cada um uma janela de canto. Também sobressai na fachada um volume onde figuram umas nádegas desnudadas e outra com uma cabeça cuja boca trinca uma figurinha, motivos realistas que encontramos no românico.
Rua da Costanilha, Miranda do Douro