Não está definitivamente esclarecida a origem da raça bovina mirandesa e as suas relações étnicas e filogénicas, admitindo-se que possa descender da raça fusca do planalto superior castelhano que deriva do tronco ibérico de um conjunto de raças europeias e que tem em comum a coloração castanha. O atual desenvolvimento das pesquisas com base no ADN poderá trazer uma nova luz a este assunto.
O seu berço é a Terra de Miranda, irradiando depois para a área correspondente à Terra Fria e à parte nascente da Terra Quente que, em conjunto, integram hoje o solar da raça mirandesa. Prefere os lameiros acima dos 500 metros de altitude, onde as pastagens têm uma composição florística própria.
Muito bem adaptada à rusticidade, com um instinto maternal muito desenvolvido, tem uma grande longevidade produtiva (em média 15 anos) e os seus produtos são de excelente qualidade.
E ainda, olhos de sapo, cornos delgados, focinho à perdigueira, cor castanha escura, pés de banco, garupa redonda, cu de padeira e martelada entre a olhadura.
À “Carne Mirandesa”, pela sua excecional qualidade, foi atribuída uma “Denominação de Origem Protegida”. É dela que se faz a célebre “Posta Mirandesa”. Cortada da perna em nacos com a dimensão aproximada de uma palma de mão por uma mão travessa, é passada pela brasa com sal a gosto.
Com o objetivo principal da conservação e melhoramento genético dos bovinos de raça mirandesa, da valorização dos seus produtos e da valorização sócioeconómica dos seus criadores, foi criada a Associação dos Bovinos da Raça Mirandesa (www.mirandesa.pt.) com sede em Malhadas e com uma moderna e bem equipada Unidade Industrial em Vimioso, para transformação e embalagem da carne.