A oliveira é uma das mais antigas referências documentadas. Uma pomba com um ramo de oliveira no bico anunciou a bonança depois do dilúvio. Trazida para a Península pelos fenícios e gregos, a esta região deve ter chegado mais tarde, já pela mão dos romanos, com a generalização da produção do azeite.
Esta espécie prefere terrenos secos e rochosos e o clima mediterrânico, adaptando-se bem às pendentes marginais dos cursos de água que se encaminham para o Douro, na transição da Terra Quente para a Terra Fria, designadamente em Santulhão, que deu o nome a uma variedade local de azeitona - a santulhana, e em Lampaças, nas imediações de Izeda, onde se desenvolvem extensos olivais com um rigoroso ritmo de plantio. Já nas encostas mais agrestes a plantação é feita ao covacho, emergindo cada árvore de uma caldeira murada que a protege. O efeito na paisagem deste meticuloso trabalho é surpreendente.
As azeitonas são colhidas pelo inverno por sacudimento mecânico ou por varejamento quando se pretende um azeite de melhor qualidade. Depois são lavadas, trituradas e prensadas no lagar, recolhendo-se o azeite. Curtidas em salmoura com a drupa desenvolvida ou descaroçada para alcaparras, são também um complemento importante da gastronomia transmontana.
O azeite de Trás-os-Montes está inscrito desde 1996 no registo comunitário das denominações de origem.
O de Izeda é de primeira qualidade.