A ocupação humana do território da Terra Fria é remota, tendo deixado marcas nos abundantes sítios e achados arqueológicos que contribuem para o engrandecimento de um riquíssimo património cultural, marca indelével da memória coletiva do homem transmontano.
O património arqueológico é por definição difuso, vestigial e pela sua natureza encontra-se frequentemente caracterizado de forma insuficiente e é muito perecível e vulnerável à agressão de elementos naturais, como a erosão ou agentes antrópicos, patentes na agricultura mecanizada ou na construção civil.
Não são muito numerosos os sítios conhecidos que já foram objeto de um estudo aprofundado e alvo de intervenções arqueológicas sistemáticas, que permitam avaliar a sua extensão e caraterização.
Esta vulnerabilidade dos contextos arqueológicos fundamenta a necessidade de implementação e justifica excecionais medidas de proteção que permitam acautelar os vestígios já conhecidos ou a sua existência potencial.
Salienta-se que a arqueografia assinala inúmeras destruições de contextos de necrópole de diferentes épocas, tanto monumentos megalíticos da Pré-história
Recente, como possíveis cistas proto-históricas ou romanas e mesmo sepulturas rupestres medievais. Também em diversos povoados fortificados se regista a destruição, sobretudo devido à lavoura mecanizada e ao reaproveitamento de pedra para outras construções.
Todas estas circunstâncias implicam que a maior parte dos sítios arqueológicos da TFT não se encontre acessível ao público ou não disponha das condições ideais de visita e interpretação.
Ressalva-se, contudo, um significativo conjunto de sítios e monumentos a visitar.
A visita a estes conjuntos de valor patrimonial inestimável implica sempre uma enorme consciência cívica e o respeito pela integridade dos notáveis vestígios e estruturas do passado aí existentes.