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- Troço 5 | Mogadouro - Algoso
Troço 5 | Mogadouro - Algoso
PERFIL
- Extensão: 27.71 km
- Altitude máxima: 798m (Nas faldas da Serra da Castanheira)
- Altitude mínima: 374m (Ponte Nova sobre o Angueira em Algoso)
O percurso até Azinhoso é feito pela EN219, que liga Mogadouro a Vimioso. A sensivelmente 5km, na proximidade do acesso ao aeródromo municipal, apresenta-se um desvio para a direita que permite o acesso à aldeia de Azinhoso.
Neste percurso, sugere-se ao visitante um desvio até Castro Vicente. O acesso faz-se através da EN216, que se apresenta à saída de Mogadouro pela EN219.
O percurso de Mogadouro a Castro Vicente, pela EN216, apresenta um relevo ligeiramente ondulado em que na sua envolvência existe um mosaico agrícola composto por grandes áreas de culturas de sequeiro pontuadas por manchas de olival. Ao longo do percurso, depois de passar junto às localidades de Vale de Madre e Soutelo, acentua-se o declive da estrada, acompanhando o vale de uma ribeira até ao cabeço do Caro. Ao passar o cabeço, o percurso acompanha o vale do rio Sabor através de uma paisagem deslumbrante. Nas suas encostas, uma ocupação de imensos olivais, manchas de floresta climácica de carvalho negral, sobreiro, azinheira e zimbreiro. Antes do percurso atravessar a ponte de Remondes é possível apreciar a beleza cromática das galerias ripícolas na confluência do rio Azibo com as águas do rio Sabor, com toda a sua diversidade florestal. Ao atravessar aquela ponte, podemos desfrutar de todo o panorama a montante e a jusante.
Ainda pela EN216, subindo a encosta do vale do Azibo, a paisagem mantém a mesma variedade de textura e cor, em que o carvalho cerquinho (Ssp. broteroi) se mistura, em rara consociação, com o sobreiro, participando tanto na floresta como na galeria ripícola.
Quando o percurso sai da EN216 e entra na EM1158, encontra-se nesse cruzamento uma pedreira, e a partir daqui o relevo apresenta-se mais uma vez de carácter ondulado, com uma presença marcante de ocupação agrícola, composta por grandes áreas de olival, culturas de sequeiro, vinha e campos de pousio. Após atravessar a localidade de Porrais, o percurso chega a Castro Vicente.
CASTRO VICENTE é uma das mais importantes freguesias do Concelho, foi vila e sede de concelho e mereceu a atenção dos monarcas portugueses ao longo dos séculos. O seu povoamento é muito remoto. O próprio nome da freguesia transporta-nos para a existência, em tempos antigos, de um reduto castrejo, que se encontrava muito perto da freguesia. A Capela do Senhor da Fraga, por seu lado, que foi inicialmente a Igreja Matriz de Castro Vicente, está edificada sobre vestígios de muralhas.
Castro Vicente foi doado por D. Fernando, no século XIV, a alguns elementos da nobreza da Galiza que o apoiaram nas lutas contra Castela.
Recebeu foral de D. Dinis a 3 de dezembro de 1305 e foral novo, de D. Manuel, a 1 de junho de 1510. O concelho acabaria por ser extinto depois da reorganização administrativa do país em 1836. Passou então para o concelho de Chacim, em 1853 para o de Alfândega da Fé e dois anos depois para o de Mogadouro. Eram seus donatários os Marqueses de Távora, cujo património lhes foi subtraído em 1759.
Do ponto de vista patrimonial, destaca-se a Igreja Matriz, o pelourinho como símbolo da anterior autonomia administrativa, podendo ver-se numa das faces o escudo com as armas de Portugal e as Capelas de Santa Luzia, de S. Gonçalo, de Nossa Senhora de Fátima e do Santo Cristo.
Se tiver curiosidade em conhecer uma das muitas belíssimas lendas amorosas de Trás-os-Montes, que decorre no séc. VIII e em que são protagonistas mouros e cristãos, pesquise na internet a Lenda de Castro Vicente.
Depois de visitar Castro Vicente, regressamos a Mogadouro pelo percurso inverso, pela N216 e, já perto de Mogadouro, no cruzamento, tomamos a N219, em direção a Azinhoso e, depois de percorrer cerca de 5km, encontramos à nossa direita o desvio para Azinhoso.
AZINHOSO chegou a ser vila e sede de concelho, com grande importância, mesmo à escala nacional. A povoação recebeu foral de D. João I em 1386, dado após a permanência do monarca nas Eiras de El-Rei.
D. Manuel outorgou-lhe foral novo em 1520, na sequência do qual se terá erguido o pelourinho, último testemunho da antiga autonomia municipal. Em 1647 foram fundados Misericórdia e Hospital, que atestam a importância que Azinhoso então detinha. O seu nome deriva da remota existência de azinheiras (Azinoso nas Inquirições de 1258), localmente conhecidas por carrascos.
Em Azinhoso poderá visitar vários monumentos e locais de interesse, como a Capela de Nossa Senhora da Saúde, a ponte romana, as ruínas do “Castro dos Mouros”, a fonte de mergulho, alminhas, os moinhos de água da Ribeira de Bastelos, a albufeira da Barragem de Bastelos e a praia fluvial com parque de merendas. De destacar será o Museu de Arte Sacra, com exposição permanente na Capela da Misericórdia, adossada à Igreja Paroquial de Azinhoso. A primitiva igreja terá sido erguida no séc. XII mas, a atual construção é maioritariamente dos finais do séc. XIII e início do séc. XIV. Posteriormente, já no séc. XVII, foi alvo de um novo trabalho de reconstrução que abarcou o evangelho, a tela da sacristia e ainda, provavelmente, o coro alto e a pia batismal. Deste período será também a construção da referida Capela da Misericórdia. No interior da igreja, poderá ainda apreciar um belo fresco, em bom estado de conservação.
Retomando a EN219 em direção a Vimioso, após 2,3km apresenta-se uma derivação à direita, através da EM600-3, para Penas Roias. No percurso o visitante poderá usufruir de uma área de lazer, com parque de merendas junto à barragem de Penas Roias.
PENAS ROIAS foi vila e sede de concelho, pertenceu à Coroa até inícios do século XIII e foi doada, pela mão de D. Sancho I, à Ordem dos Templários. Do ponto de vista patrimonial, destaque para o Castelo de Penas Roias que apresenta duas fases distintas de ocupação. A primeira é da Pré-História recente, provavelmente Calcolítico e/ou Idade do Bronze, sob a possível forma de povoado fortificado, embora não sejam visíveis quaisquer indícios. A segunda fase é a do castelo medieval. O início da construção do Castelo de Penas Roias datará de 1172 ou 1181 - segundo interpretação de Mário J. Barroca da inscrição gravada no lintel e ombreira da porta da Torre de Menagem - por iniciativa da Ordem do Templo. Em 1197, D. Sancho I, como agradecimento pelos serviços prestados pela Ordem do Templo, doa-lhe a vila de Idanha-a-Velha e em troca recebe os castelos e as igrejas de Penas Roias e Mogadouro. Do castelo subsiste apenas a torre de menagem de planta em losango, os restos de um cubelo circular que integrava o castelejo e alguns troços da muralha deste a nascente.
Para além do castelo, são dignos de visita a Fraga do Castelo, onde se situa a ”Fraga da Letra” com pinturas rupestres, contemporâneas do primeiro povoado fortificado; a Igreja Paroquial de Penas Roias ou de São João Batista, da Baixa Idade Média, a Capela da Misericórdia de Penas Roias, a Capela de Santa Cruz, o pelourinho e os fontanários.
Retomando a EM600-2, o percurso segue em direção a Vilariça e São Martinho do Peso.
Se quiser desfrutar de um magnífico panorama sobre o Planalto Mirandês, o vale do Douro e o vale do Sabor, faça um desvio pela EM600-3 e suba até ao alto da Serra da Castanheira seguindo as indicações para a capela de Nossa Senhora da Assunção.
Ao percorrer a EM600-2 acabará por entroncar na EM600, onde a serra da Castanheira se apresenta de frente para o visitante. Rumando a norte, após 4km, o visitante chega à localidade de São Martinho do Peso.
SÃO MARTINHO DO PESO tem origem romana, pois segundo o Dr. António Mourinho o nome da freguesia vem da antiga Villa “Pesis Samorana”, como o demostram os vários artefactos encontrados nos antigos povoados aqui existentes. Foi uma abadia de apresentação dos Marqueses de Távora, passando em 1759 para o padroado real.
Alguns locais de interesse a visitar serão as Fragas da Pena da Cruz, o Cabeço do Salborinho em Macedo do Peso, a praia natural do Muro no rio Angueira e a ponte Gamona - caminho de terra a partir da aldeia do Peso, sobre a ribeira do Peso.
Prosseguindo pela EM600, após 1,6km, a via entronca na EN219, seguindo a direção de Vimioso. Aqui, a paisagem apresenta uma feição mais mediterrânica, com olivais, sobreiro em montado e, aqui e ali, carvalhos cerquinhos (o “carvalho português”). Estamos já aqui sob a influência climática do vale do Sabor e dos seus afluentes Angueira e Maçãs. Ao percorrer aproximadamente 5 km na EN219, existe uma ponte que atravessa o vale estreito e declivoso do rio Angueira, onde se pode observar os contrastes de cores do vale, a antiga ponte e no cume da montanha rochosa o Castelo de Algoso. Nesta paisagem avassaladora termina o Troço 5.
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Troço 1 | Quintanilha - Avelanoso7922
Troço 2 | Avelanoso - Constantim2119
Troço 3 | Constantim - Sendim8429
Troço 4 | Sendim - Mogadouro6485
Troço 5 | Mogadouro - Algoso3530
Troço 6 | Algoso - Salsas1003
Troço 7 | Salsas - Zoio6472
Troço 8 | Zoio - Sobreiró de Cima6959
Troço 9 | Sobreiró de Cima - Moimenta8395
Troço 10 | Moimenta - Rio de Onor9234
Troço 11 | Rio de Onor - Quintanilha